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terça-feira, dezembro 08, 2009

“Oferecemos Gennesius como uma homenagem a todos os artistas de teatro”

Diretor Roberto de Abreu fala sobre a nova montagem
Beto, fale um pouco sobre Gennesius - Histriônica Epopéia de um Martírio em Flor.
Gennesius... foi feito em torno de uma pesquisa muito extensa e delicada - muito extensa de tempo e muito extensa por terem muitas pessoas envolvidas, muitos colaboradores e amigos. É um espetáculo que traduz muito a fase que nós do grupo como artistas cênicos nordestinos, brasileiros, baianos, estamos passando. Por tudo isso, nós oferecemos Gennesius como uma homenagem a todos os artistas de teatro.
Nossa expectativa é conseguir tocar a delicadeza e a doçura das pessoas, através das imagens que usamos para falar desse artista nordestino, que na verdade é um arquétipo de todos nós artistas de teatro brasileiros e do mundo: falamos do local para tentar atingir o arquétipo do artista cênico e retratar todas as inquietações que o artista passa. Como são poucas pessoas na platéia, isso sem dúvida potencializa esse contato mais próximo, mais íntimo e singular com o público.
Como foi este processo de criação, o mais longo de todas as peças do repertório do Grupo Finos Trapos?
Talvez esse processo tenha começado no final de 2007, quando fizemos em Conquista uma oficina de quase dois meses de duração para os artistas de teatro da cidade. Lá a gente começou a pensar o que era o fazer artístico dentro da Bahia. Como é ser artista de teatro no sertão baiano? Foi a partir dessa inquietação que o espetáculo surgiu. De maneira sistematizada, a gente começou a trabalhar no espetáculo em março de 2008, então foram um ano e oito meses de pesquisa até esse resultado.
O processo de criação é colaborativo , ou seja, a gente tem uma democratização do discurso durante todo o processo, todo mundo opta e dá suas opiniões sobre o que é o fazer artístico - e isso já é uma cara do grupo, a gente sempre faz processo de criação com esta envergadura. Também contamos com a presença de muita gente boa e bacana, e isso deixa o grupo muito feliz.
O que é que tem de você em Genésio?
Ai... tem de mim e de todos nós. A história de Genésio foi construída a partir das nossas memórias e das biografias de artistas de teatro nordestinos, então sem dúvida Genésio memórias de todos nós, artistas do Finos. Mas de mim, talvez, a doçura ardente e agressiva em determinados momentos. Eu me identifico com esse Genésio, que é doce, mas ao mesmo tempo inquietante e destemido. Esta cara de Genésio me agrada muito.
Você tem alguma cena preferida?
Tem algumas que eu gosto muito - de umas, pela solução imagética, de outras pelo próprio discurso da cena. Pra mim, é marcante a cena do parto, que abre o espetáculo. É uma cena com soluções muito interessantes do ponto de visto cênico e do ponto de vista do discurso, porque Genésio nasce morto, ele não nasce com brio, ele nasce de uma flor morta, que é uma metáfora que me interessa muito.
E quais os projetos futuros do grupo?
Nosso desejo agora é de enveredar por um grande clássico do teatro e tentar dar a ele a nossa cara. Então, nosso próximo projeto é montar Bodas de Sangue, de Garcia Lorca. E, além disso, há o projeto de residência artística no Espaço Xisto Bahia, que a gente quer continuar. Devemos retomar as atividades interrompidas por conta do espetáculo: leituras dramáticas, mesas redondas, ciclo de debates... aguardem! (risos)

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